Aumento expressivo é resultado de mobilização pedagógica da Coordenadoria Regional de Educação e coloca o município entre os destaques do Amazonas na iniciação científica
FOTO: Eduardo Cavalcante/ Secretaria de Estado de Educação e Desporto Escolar
A Coordenadoria Regional da Educação (CRE) de Manacapuru (distante 68 quilômetros de Manaus) realizou, na sexta-feira (15/08), evento oficial de abertura dos trabalhos do Programa Ciência na Escola (PCE) no município. A CRE de Manacapuru vivencia um aumento exponencial no número de projetos aprovados no PCE, de 54, 66 e 65 nos últimos três anos, respectivamente, para 108 em 2025.
Com o objetivo de despertar a vocação científica nos estudantes e contribuir para o processo de formação continuada dos professores, o PCE é realizado em parceria com Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), e concede bolsas financeiras aos participantes. Os valores giram entre R$300 para estudantes e R$800 para professores-tutores.
FOTO: Eduardo Cavalcante/ Secretaria de Estado de Educação e Desporto Escolar
Em Manacapuru, o aumento de projetos aprovados é uma consequência do trabalho de “formiguinha” realizado pelos assessores pedagógicos da CRE do município. De acordo com Messias Furtado, coordenador da CRE de Manacapuru, a equipe comprou a missão de realizar verdadeiros mutirões de assessoria acadêmica.
“Temos muitos mestres e doutores em nosso quadro de profissionais, que repassam essa experiência para os docentes e discentes das escolas. Nos últimos meses, estes profissionais realizavam correções, ajustes e orientações nos projetos que seriam submetidos à Fapeam. O resultado é claro: quase duplicamos nossos PCEs aprovados”, destacou Messias.
No estado inteiro, a rede estadual de ensino conta com 646 projetos de PCE ativos em 2025, sendo 196 na capital e 450 nos interiores do Amazonas. No total, 1.938 alunos e 646 professores da rede estadual são contemplados com as bolsas financeiras de apoio científico.
Gerador de sonhos
Entre as iniciativas apresentadas no encontro desta sexta-feira, a pesquisa “Literatura de Autoria Indígena no Ensino Médio: Análise Literária da Obra ‘Contos indígenas brasileiros’ de Daniel Munduruku”, foi um dos destaques. Desenvolvida na Escola Estadual (EE) José Mota pelo professor Glauber Fernandes, da disciplina de Língua Portuguesa, a iniciativa científica tem causado alvoroço na unidade de ensino.
“Já estamos indo para o 3º ano com PCEs ativos na escola, e agora eles (alunos) entendem a iniciativa e buscam muito participar. A nossa escola fica em uma zona periférica da cidade, então o apoio financeiro e a possibilidade de ampliar os horizontes dos alunos por meio da ciência é muito significativo. O PCE é essencial”, destacou o professor.
Influência reconhecida
Para a aluna Klara Antunes, de 18 anos, o PCE já deixou de ser uma novidade e tornou-se uma constante em sua caminhada escolar. A aluna da EE Nossa Senhora de Nazaré já vai para o seu 3º ano de pesquisas realizadas, com estudos sobre desenvolvimento de tijolos ecológicos a partir de resíduos plásticos; eletroquímica e avaliação sobre o PH das águas ingeridas em escolas estaduais do município.
De acordo com a aluna, as experiências em química e matemática foram norteadoras na escolha do curso para o Ensino Superior. Klara decidiu prestar vestibular para Engenharia da Computação, e tem no PCE o seu maior aliado na crença de que é possível concretizar esse sonho.
“O PCE me deu confiança. No meu primeiro ano, eu tinha muita dificuldade de me expressar, de entender temas de exatas. Com o tempo e com as experiências do projeto, tornou-se natural lidar com isso. Graças a essa experiência que eu tive na escola, hoje eu sei que sou capaz de seguir tentar o curso que desejo. Eu aconselho o PCE para todo mundo”, compartilhou Klara.
Apesar da solenidade de abertura oficial dos projetos só ter acontecido nesta sexta-feira, os 108 projetos de Manacapuru já estão em curso desde o último dia 1º de julho. Seguirão até o fim do próximo mês de novembro, quando os bolsistas de todo o estado apresentarão os resultados das suas respectivas pesquisas, dentro das próprias escolas.